Ontem, depois de um jantar de reencontro com uma amiga que não via há algum tempo (mas que nem por isso esteve "longe" ;) welcome back Cris :) ) deambulámos até ao Maxime. Sem saber, tropecámos num dia em que havia música ao vivo e foi bom ouvir jazz até às 2 da manhã naquele espaço perdido no meio de Lisboa. Eu gosto do Maxime, gosto daquela dignidade desfeita, daquele sabor vintage e kitsh a cair das paredes como a tinta, a descer do tecto como os candelabros. É como um Titanic de 2ª classe encalhado em terra, decadente mas com aquele orgulho e majestade conferidos pelo tempo de sobrevivência na vida e na memória das pessoas.
(c) Pedro Mineiro
Assim que passamos a porta giratória entramos num outro Tempo e mesmo de jeans e t-shirt sentimos que estamos de boquilha, saltos altos e olhos negros a ouvir o som difuso de um saxofone que nos chega através da luz vermelha. Como no Twin Peaks....
Mas podemos entrar de jeans ou vestido de noite, no Maxime não interessa, no Maxime não há pose. Só um ambiente cinematográfico com cortinas vermelhas à David Lynch, pessoas tão "normais" como existem nos filmes de Almodóvar e um sentido de humor à Tarantino que permite ter como convidados um grupo de jazz e logo de seguida o José Cid ou os Irmãos Catita. Portanto, veste uma personagem ou just be yourself e entra no Maxime um dia destes e deixa-te perder no fumo, na luz e no som.... Deixa para trás por algumas horas o barulho moderno da cidade e habita um daqueles quadros poeirentos e velhos, gastos mas verdadeiros, que encontras no sotão de uma casa abandonada...
Mas podemos entrar de jeans ou vestido de noite, no Maxime não interessa, no Maxime não há pose. Só um ambiente cinematográfico com cortinas vermelhas à David Lynch, pessoas tão "normais" como existem nos filmes de Almodóvar e um sentido de humor à Tarantino que permite ter como convidados um grupo de jazz e logo de seguida o José Cid ou os Irmãos Catita. Portanto, veste uma personagem ou just be yourself e entra no Maxime um dia destes e deixa-te perder no fumo, na luz e no som.... Deixa para trás por algumas horas o barulho moderno da cidade e habita um daqueles quadros poeirentos e velhos, gastos mas verdadeiros, que encontras no sotão de uma casa abandonada...
(C) Pedro Mineiro
Por mim, acho que vou voltar dia 11 para ver os Wonderland Club e quem sabe vestir uma personagem que esteja à altura dos saltos agulha de Lady Bambi...
Let the saxofone play....
8 comments:
bom.dia!
ontem também por lá passei mas regressei muito cedo a casa. foi o tempo de uma imperial... que pena!
mas dia 11 lá estarei, com mesa reservada para o brinde!
beijos
bom dia!
Realmente foi pena...um desencontro de algumas horas...um desencontro de percurso de ruas tb, talvez ;) Mas se tudo correr como esperado, dia 11 lá estarei para brindar :)
beijos
Hummmmm, que delícia de descrição de um lugar mítico, que tem conseguido resistir à voracidade da noite lisboeta. É essa decadência, e já agora permite-me uma outra referência cinematográfica, muito viscontiana, que lhe dá a capacidade de se ir renovando, não na forma, mas no conteúdo.
Há muito que tenho vontade de lá voltar. Tu e a Preciouzzzz aumentaram esse desejo, pelas vossas descrições.
Bom fim de semana.
Beijoquita.
É verdade Pinguim, o Maxime é um sobrevivente na forma como se vai renovando, uma espécie de Fénix. E eu gosto de sobreviventes ;)
Acho que devias voltar mesmo, para uma visita aconchegante na noite por vezes fria de Lisboa. Quem sabe não nos encontramos por lá? :)
Beijocas, bom fim de semana
maxime é o spot de quem recorda... há alguns dias atrás esteve lá um homem que queria reviver o passado... queria voltar a sentir as vibrações das memórias que um dia aquele espaço lhe gravara na mente...
não sou como esse homem que recorda... ou talvez seja, regressando dia após dia, hora após hora, minuto após minuto ou mesmo segundo a um dia, a uma hora onde tudo fez sentido... onde me senti segura, onde o saxofone tocou a nossa canção, onde me disseste na lingua que não é nossa: i love u.... enfim, recordar...
e amanhã acordar e regressar à realidade.... onde se juntam as mil e uma peripecias.... de mais um dia de trabalho...
Já tinha boas referências: a visita ao meu blog e a amizade com a Cris só podiam constituir bons indicadores.
Superou as expectativas: o blog é mesmo muito bom e vou passar a visitá-lo frequentemente, como também tentarei passar mais vezes pelo Maxime, e pelos maximes desta Lisboa que eu amo e que, em fases diferentes da vida, me foi recebendo e adoptando.
Adorei!
O Maxime é uma passagem da noite...não se coaduna com a chegada do dia. Assim que amanhece, o Maxime transforma-se numa abóbora e recolhe até à noite seguinte, em que volta a ser uma Cinderela de vestido esburacado e amarelecido... uma Cinderela gasta, vestida a rigor mas com os sapatos de cristal já sem brilho... decadente e até "patética" mas com a ternura e a dignidade de quem espera pelo Príncipe Encantado, de quem ainda acredita num sonho....
Deeper, sê mto benvida ao blog! E obrigada pelos elogios, acredita que são recíprocos :) Já há muito tempo que visitava o teu blog sem comentar mas com aquele texto do Tomás e da Maria, n resisti...e vou continuar ;) Gosto mto do que escreves e do prisma através do qual vês a vida...acho que há um optimismo e poesia misturado com um certo pragmatismo que me agrada...e no qual me revejo.Gosto!
Passa por aqui qd quiseres, a porta está sempre aberta. E passa tb pelo Maxime, quem sabe um dia não nos encontramos por lá ;)Por enquanto, vamos marcando encontro pela blogosfera ;)
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