Monday, March 31, 2008

Às vezes apetece dizer...

This ever changing world in which we live in
Makes you give in and cry
Say live and let die



Às vezes apetece mesmo...

Friday, March 28, 2008

Sing along


You have to understand the way I am,
Mein Herr.
A tiger is a tiger, not a lamb.
Mein Herr.
You'll never turn the vinegar to jam,
Mein Herr.

Cellophane
Mister Cellophane
Shoulda been my name
Mister Cellophane'
Cause you can look right through me
Walk right by me
And never know I'm there...

We could be heroes...Just for one day.

Bom fim de semana!

Monday, March 3, 2008

Into the Wild

“I went to the woods because I wanted to live deliberately, I wanted to live deep and suck out all the marrow of life, To put to rout all that was not life and not when I had come to die discover that I had not lived.”

Henry David Thoreau


Durante os últimos quatro meses a minha vida profissional tem sido feita de palavras. São a minha ferramenta diária, o barro que moldo para tentar obter uma estátua tosca, imperfeitamente perfeita. É sempre uma tarefa incompleta e frustrante, tanto quanto é gratificante.
As palavras têm que sair a um ritmo doido e, por vezes, de forma mecânica. É uma técnica que se adquire, como outra qualquer. Mas não sem custos. A consequência negativa deste ritmo é a ausência de palavras para usar na vida pessoal. Quando volto para casa, perdem-se pelo caminho. Ou pelo menos, perdem a sua forma de expressão. Como numa tela de cinema mudo, onde tudo mexe mas nada se diz.


Circles they grow and they swallow people whole...

Há algumas semanas atrás, cruzei-me com Into de Wild, o novo filme de Sean Penn. Nesta tela, a história de Chris McCandless é contada através de imagens de uma viagem solitária. "Diálogos" de um para um, nos quais as palavras se encontram com o silêncio e existem apenas como parte do sangue que corre nas veias. Circulam pelo corpo sem necessidade de tradução, consequências do overload de emoções que o exterior provoca. Citações de Thoreau misturam-se com as palavras de Alex Supertramp (o alter-ego de Chris) e com as letras de Eddie Vedder, construindo a paisagem interior do filme. Palavras que existem como Chris existe na estrada, sozinho.

A mind full of questions, and a teacher in my soul

Deu todas as suas poupanças e partiu, rumo ao Alasca. Queria escrever a sua própria história e assim o fez: pela estrada alarga o círculo que o sufocava, retirando, camada após camada, aquilo que é falso. Aquilo que é mecânico. Aquilo que, por força do hábito e do ritmo louco, deixamos passar como verdadeiro. Tudo aquilo que Chris sempre viu à sua volta e queria desesperadamente evitar.

All my destinations will accept the one that's me / So I can breathe...

Aos 23 anos viveu uma vida inteira e, quero acreditar, cumpriu o seu destino em 2 anos de caminho. Tocou e foi tocado por seres humanos extraordinários, marcas da sua existência no planeta. Descobriu tarde demais a importância do outro nas nossas viagens solitárias, mas como ele próprio diz “ Se eu estivesse a sorrir e a correr para os teus braços, verias o que eu vejo agora?”.

Everyone I come across, in cages they bought / They think of me and my wandering, but I'm never what they thought / I've got my indignation, but I'm pure in all my thoughts/ I'm alive...

Seja na vastidão do Alasca ou no espaço exíguo de uma rua, defendo os momentos de solidão em que as palavras se perdem no vazio. Aqueles que são nossos e intransmissíveis, quando o mundo à volta nos sugou a energia para explicar seja o que for. Defendo o diálogo interior sem necessidade de eco, sem querer saber o que os outros acham. A necessidade de estar apenas em silêncio sem que o silêncio tenha que ter uma razão de ser, para além de simplesmente não conseguirmos falar. O encontro com aquela última camada que somos nós, o verdadeiro eu. Mas defendo também aqueles que simplesmente estão lá, mergulhados na sua própria viagem, mas de mãos dadas connosco. Aqueles que não pedem explicações para o que não pode ser explicado. Aqueles que fazem com que os momentos sejam verdadeiros. “Happiness is only real when shared”.

Não fujam dos murros no estômago, são eles que nos acordam. Evitem todas as jaulas, alarguem todos os círculos, conheçam todas regras mas não se deixem vergar por nenhuma. Não tenham medo da ausência de palavras só porque elas não conseguem ser ouvidas pelos outros. Não é uma ausência, é apenas um silêncio. E o silêncio é um nada que é tudo. É um eco de tambor que ressoa dentro de nós.

Viajem sem mapa, quem chegar ao Alasca primeiro acende a fogueira....

Wind in my hair, I feel part of everywhere /Leave it to me as I find a way to be / Consider me a satellite, forever orbiting / I knew all the rules, but the rules did not know me / Guaranteed



Boa semana para todos!
Sempre que as palavras voltarem, estarei aqui para as partilhar...


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